Maria Luiza Silveira Teles | Poesias e Mensagens Virtuais

Mensagens de Maria Luiza Silveira Teles

Esperança 29

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Categoria: Amor
Esperança

Quando vemos a noite passar
Sem que o sono venha
é porque estamos a pensar:
alguns em preocupações
outros nas dores do coração.

Quando a madrugada aponta
noite e dia se misturam
Os segredos que a ninguém se conta
Começam a gritar em nossas almas.

E a gente se põe a lembrar
De entes queridos que se foram
Da leveza da infância e da mocidade
Tudo que mora hoje na saudade.

Ah vida linda, vida louca, vida torta,
Que fizeste ao bater-me na cara tua porta?
Eu que amo passarinho, chuva, estrelas,
Flores e cheiro de terra molhada,
Eu que tenho alma de criança
Sonho, amo e não perco a esperança...

Eu que vivo como pastor da noite
A escutar sonhos, gemidos
e dores de almas alheias...
Que fizeste comigo, ó vida?
Por que me negaste
O amor com que sonhei?

Por que me deixaste
Sozinha e perdida na noite do passado
Sentindo n’alma o açoite
Do frio cortante
Da dor e da agonia?

Engolindo as lágrimas,
Preparo a face
Para o dia que se anuncia.
Encontrarei, por fim,
Em qualquer de tuas esquinas
A surpresa e o espanto
De uma sonhada alegria?

A vida prossegue
Em cascatas e remansos.
E eu acalento a esperança
De ser plena um dia...



Pranto na madrugada

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Categoria: Saudade
Pranto na madrugada


Maria Luiza Silveira Teles



 No vai e vem das horas


 Me ponho a meditar


 Tempo que me foge


 E amor que me arde


 Saudade como o vento


 Batendo na janela


 Na janela de minh’alma


 Rostos, gestos e nomes


 Tudo morto e levado pelo tempo


 Mas, bem viva  esta dor


 Que me queima o coração


 Dor de quem vive


 de quem espera


 de quem ama


 E nas asas do tempo e do vento


 Minh’alma viaja


 Por ermos lugares


 Lá no passado.


 Por tão grande amor


 E por tão grande dor


 Criam-me asas


 Não sou apenas mulher


 Mas pássaro ferido


 Em tempestade perdido


 Sou noite, sou dia,


 Sou primavera e outono


 Sabiá e cotovia


 Meu canto  triste


 Se perde em madrugadas frias


 E na solidão de meu quarto


 Fantasmas me visitam


 E ouvem tristes


 Este meu canto...





Pena do amor perdido

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Categoria: Saudade

 Pena do amor perdido


 Maria Luiza Silveira Teles



                                  Não é esta a noite


                                  E nem este o rosto....


                                  São outros olhos


                                  Que me olham


                                  Com ternura e medo...


                                  É uma outra boca


                                  Que inventa


                                  Palavras novas...


                                 São outras mãos


                                 Que buscam


                                 A linguagem de meu corpo.


                                Não é esse tédio...


                                Mas a alegria do encontro


                                Não é essa a noite!


                                É aquela em que esgotei


                                Toda a vida.


                                Não é esse o amor


                                Que deixei perder


                                E não são essas


                                As lágrimas de encantamento !


                                Mas, é esta, de certo


                                A minha pena...

O grito do silêncio

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Categoria: Reflexão
 O grito do silêncio
Maria Luiza Silveira Teles
Que dizem as palavras?...
Nada...
Diante de profundos
Sentimentos
E de arroubos
De deslumbramento,
A palavra cala.
Silêncios de espera,
Silêncios povoados
De sonhos,
Silêncios de tortura
E de loucura.
Silêncios de esperanças,
Silêncios de solidão,
Silêncios de perdão...
Os olhos em brasa,
O coração aos pulos,
Tudo fala
De um amor sem cura...
Um silêncio de fraturas
Da alma,
Que ficou em estilhaços
Pelo silente caminho...
Silêncios de inverno,
Gritando pela primavera.
Esperança sincera,
Dentro da tarde mansa.
Que, em silêncio,
Espera o anoitecer,
quando tudo poderá
acontecer...

Peregrinos da liberdade

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Categoria: Vida

Peregrinos da liberdade



E na morte do corpo
e das ilusões,
o mesmo rosto,
o mesmo ardor,
o mesmo espanto...
Caminhos e camimhos
e eles sempre a caminhar
arfantes e soluçantes
no incerto adiante,
e no suposto de achar
as marcas definidas
do Sonho-Liberdade.
Amor sem nome
e sem destino,
feridas ressecadas
e o fogo do delírio;
gemidos no ser que se abrasa
e na fantástica imagem
vão errantes
aos céus da fantasia
em asas sublimes e galopantes.
Navegam por entre estrelas
e recriam o amanhecer
e transmutam-se em ais,
afetos,
dores e paixões.
Apelo,
engano,
assombro
ou apenas a coragem da Vida?
No eterno espaço
do deserto de nós mesmos,
no desespero do incerto,
e na certeza da morte,
vamos, assim,
buscando a sorte
no encanto e desencanto
de quem nada pode fazer
senão viver...

Natal 12

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Categoria: Reflexão

Natal
Maria Luiza Silveira Teles



Diante de ti, Senhor,


Me ponho humilde,


        Querendo renascer contigo.


        Querendo seguir teus passos


        E entregar-Te todo o amor


        Que pulsa, vibrante,


         Em meu coração.


         Quero ser um instrumento


         De Tua vontade


         E abraçar num único


         E apertado abraço


         Essa humanidade sofrida


         E desnorteada.


         Quero pedir-te, Senhor,


         Que pelo menos hoje


         Os homens possam pensar em Ti


         E se lembrar do amor imenso


         Que Te levou a nascer,


         Sofrer e morrer


         Por um único motivo:



 Teu imenso amor por nós!


 Quero despojar-me


 De qualquer ambição


 Que não seja re-nascer.


 Deixar para trás o egoísmo,


 O desamor, o ressentimento,


 O orgulho, a vaidade,


 Lavar minh’alma


 Para receber-Te


 Com carinho.


 Quero, Senhor,


 Se preciso, morrer


 Para que teus filhos


 Possam, também, renascer.

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