A inocência da vida
Olho ao redor e o que vejo aqui da minha janela, não são mais aquelas árvores verdes, que ao vento balançavam; o que vejo agora, são os grandes prédios, árvores de pedras, grandes, suntuosas, cheias de janelas.
Procuro e não vejo mais, as crianças que brincavam aqui em frente: de pique, roda e bicicleta;
Me disseram que agora elas preferem computadores, video-games, etc.
Que saudade dos risos e da gritaria; da algazarra que faziam, quando a tarde chegava!
Daqui da minha janela, não vejo mais aquele jovem que passava todo dia, ajudando aquela velhinha com suas sacolas pesadas;
Me disseram que saiu da escola e agora, da vida não quer mais nada.
Já não ouço mais os pássaros que cantarolavam; na verdade, ouço somente o pássaro engaiolado que o meu vizinho comprou... triste, solitário;
ouço bem, agora, as sirenes da fábrica soando, a cada turno que troca.
Fecho um pouco os meus olhos, pra ver se "vejo", aquele casal que vinha passear no parquinho; era tanto carinho, tanto amor... Abro os olhos e me lembro, que eles sumiram porque na praça está tendo muitos assaltos. Ai meu Deus, que horror!
Tenho saudade de um tempo em que os filhos passavam abraçados com seus pais... hoje já não vejo mais, aquele cuidado mútuo que havia!
E o que dizer do rio que lá ao longe passava... tão limpo, tão lindo... Hoje é só esgoto e sujeira.
Eu peço a Deus muita saúde, pra poder contar para os meus filhos e netos o que talvez eles não vão ver!
Eu peço que os homens, agucem as lembranças da alma, pra que a cada dia agente possa deixar a natureza viver!
Eu peço graça, pra que agente possa voltar a ser gentil e caridoso mesmo nessa correria que vivemos...
Porque assim como eu, eu sei, que existem muitos que aos poucos sentem, que a inocência da vida está morrendo!!!