Quando o silêncio é ruim
Sonhamos e confusos despertamos.
Ao despertarmos vamos ver que esta vida aqui e este universo não é mais claros do que os sonhos são.
Assim como falham as palavras ao querer dizer algo relacionado ao que de fato sentem falham o pensamento ao expressar em palavras, em divulgar algo concreto, a realidade. Mas o porquê é tão difícil expressar em palavras o que de fato sentem?
Muito do sentimento é pensado e represado no mais fundo da alma, o que dizem são na maioria das vezes o contrario do que sentem.
Sendo assim existimos por existir, o resto é uma espécie de sono?
O sono dos reais sentimentos, ficando uma aversão ao verdadeiro diálogo?
As crianças pensam e agem de acordo com o que esta em seus pensamentos, se não a uma explicação lógica ficam sem direção, com os pensamentos a revelia.
Quantas vezes nos resignamos ao ver nossas crianças, nossos jovens se perdendo numa sufocante e reprovável perda dos sentidos, dos valores.
É fato de que as crianças percebem por demais as coisas.
Eis o grande erro:
O silencio dos pais perante a dificuldade de relacionamento, de expressar sentimentos.
Quantas vezes não damos atenção devida ao que os filhos de fato pedem dos pais, pois tanto os pais como filhos vivem numa redoma individual, cada qual vivendo fora de sintonia.
Vejo pais e filhos por receio talvez ou por medo, numa necessidade mórbida de justificar o que não tem justificativa [o silencio dos sentimentos] e acabam se perdendo no labirinto existencial, onde deixam de serem pais e filhos para ser animais, ser os machos ou as fêmeas.
Vejo pais e filhos perante as dificuldades de se comunicar ficando paralisados e por motivos variados: um fato uma piada um trocadilho ficam irritados perdendo o bom humor. Se existisse!
O humor nasce de uma situação de jogos: jogos das palavras das situações da sociedade.
É que às vezes este jogo pode ser perigoso.
Entender o quanto é difícil e absurda a loteria da vida não é fácil, pois complicamos o que não é complicado.
Veja comigo: ao nascermos deveríamos ver primeiro o rosto das mães. Esta conexão foi cortada.
Ao nascermos ficamos perante mascaras luzes equipamentos cirúrgicos, cirurgiões, em meio ou caos ao enxergarmos o mundo fora da barriga da mãe se perdem o vinculo.
Voltando ao ponto onde da inicio a loteria da vida. Percebemos que o humor nasce de uma situação de jogos. E se cair nas armadilhas das palavras ditas em momentos de falta do raciocínio, falta do amor, é melhor calar; mais não calar o amor.
Ficar alfinetando em forma de trocadilhos, cutucando no calcanhar de Aquiles, esta forma de falar, essa intromissão interfere. Essa interferência muita das vezes vem sob mascara da verdade dando conselhos proclamando os erros dos filhos a todo o instante.
Assim, tanto os pais como filhos tomava a forma de um caráter desagradável dum conselho, de uma brincadeira aparentando serem os donos da verdade.
Pais dando conselhos não abertamente dados, mas sugerido ou mesmo insinuado com ironias e criticas. Esta atitude acaba é mostrando os pontos fracos para nada. Se ao menos servisse para sublimar os pontos fortes.
Mostram a partir de hoje o quanto são inteligentes, muda esse jogo.
Se perceber que na atitude do passado não teve frutos, passa a fazer o contrario, mostrando também os pontos fortes.
Muda de vida, seja estratégico.
Com amor tudo pode.
Não vai diminuir nem um pouco o respeito de ambos, um pelo outro.
Se pais e filhos fosse mais amor, menos ligado ao ego, um animal vaidoso às aparências, o que os outros vão pensar ou achar.
E quem sofre?
É a família!
E à medida que os filhos crescem vai chegar à hora em que para divulgar esta aversão dos fatos: um corte de cabelo, uma roupa rasgada, enfim vai ser preciso algo mais radical capaz de chocar os pais e as autoridades que passam imagem de perfeitos.
Talvez esteja dizendo que nada mais o surpreende nas atitudes dos filhos, penso que é aí onde erramos.
Os filhos queriam mesmo é chamar vossa atenção, mas ficou com os pensamentos a revelia.
A base psicológica com os pais, depois de rasgar seus jeans, vestir-se todo de preto, acessórios berrantes, musica ao extremo, não vai ser nada perante o grande desafio que são as drogas.
No rodopiar das novas gerações, vem mais por aí, se os pais continuarem a não dar ouvido ao que é mais sagrado: o diálogo em família.
O objetivo das famílias está perdendo o espírito inicial que é se fizer ouvir ou for ouvido. Assim os pássaros [filhos] que pareciam ir a grandes vôos hoje são pássaros de asa quebrada.
Tornando-se presas de uma teia onde os consumos dos estimuladores de humor os fazem vitimas.
Aí perdem parte de vossa história.
Muitos não vão escrevê-la, ficando pela metade.
Quem sofre?
Pais sofrem com sua vaidade e orgulho ferido por não conseguir ser ou fazer todos ter admiração e respeito.
Filhos sofrem, pois no dia- a- dia queria fazer-se ouvir.
Tentou com ações radicais e acabaram não sendo ouvidos pelos pais e sim por um tipo de pessoas com má índole, os traficantes.
Portanto quem sofre são todos por querer cada qual de sua maneira impor a força a vossa vontade, vossos caprichos.
E nessa obsessão ambos estão desamparados e não conseguem harmonizar as partes em conflitos.
Conflitos estes na maioria dos casos são internos.
A vida é como um jogo de loterias existe a coluna do meio, coluna um, coluna dois, ou seja, os dois lados para se guiar.
Comparando pais e filhos de ontem com os de hoje e os que estão em formação percebemos não ter muitas mudanças em relação à comunicação dos sentimentos.
Amor magoa ressentimentos, a falta de afinidades por ter personalidades diferentes ainda vive uma criança em pensamentos no adulto que se tornaram.
Entretanto vamos fazer justiça, reconhecer nos filhos às qualidades:
Recordam... De algum caso de rebeldia em que as repugnâncias dos filhos para com os pais, ou mesmo para quaisquer instituições a que tenham autoridade sob os filhos, serem reações normais e ter deixado de ser consideradas normais no momento em que estava insatisfeito magoado com medo, ou mesmo querendo somente ser entendido?
Não podemos complicar uma cabecinha, temos é que dês complicá-las.