Pernicioso sentimento - Fábulas | Poesias e Mensagens Virtuais

Pernicioso sentimento

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Categoria: Fábulas
Pernicioso sentimento

Conta-se que um monge eremita viajava através das aldeias, ensinando o bem.

Chegando a noite e estando nas montanhas, sentiu muito frio. Buscou um lugar para se abrigar. Um discípulo jovem ofereceu-lhe a própria caverna.. Cedeu-lhe a cama pobre, onde uma pele de animal estava estendida.

O monge aceitou e repousou. No dia seguinte, quando o sol estava radiante e ele deveria prosseguir a sua peregrinação, desejou agradecer ao jovem pela hospitalidade.

Então, apontou o seu indicador para uma pequena pedra que estava próxima e ela se transformou em uma pepita de ouro.

Sem palavras, o velho procurou fazer que o rapaz entendesse que aquela era a sua doação, um agradecimento a ele. Contudo, o rapaz se manteve triste.

Então, o religioso pensou um pouco. Depois, num gesto inesperado, apontou uma enorme montanha e ela se transformou inteiramente em ouro.


O mensageiro, num gesto significativo, fez o rapaz entender que ele estava lhe dando aquela montanha de ouro em gratidão.

Porém, o jovem continuava triste. O velho não pôde se conter e perguntou:

Meu filho, afinal, o que você quer de mim? Estou lhe dando uma montanha inteira de ouro.

O rapaz apressado respondeu: Eu quero o vosso dedo.

A inveja é um sentimento destruidor e que nos impede de crescer.

Invejamos a cultura de alguém, mas não nos dispomos a permanecer horas e horas estudando, pesquisando. Simplesmente invejamos.

Invejamos a capacidade que alguns têm de falar em público com desenvoltura e graça. Contudo, não nos dispomos a exercitar a voz e a postura, na tentativa de sermos semelhantes a eles.

Invejamos aqueles que produzem textos bem elaborados, que merecem destaque em publicações especializadas. No entanto, não nos dispomos ao estudo da gramática, muito menos a longas leituras que melhoram o vocabulário e ensinam construção de frases e imagens poéticas.

Enfim, somos tão afoitos quanto o jovem da história que desejava o dedo do monge para dispor de todo o ouro do mundo.

A travessia

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Categoria: Fábulas


A travessia



Débora Benvenuti




Em uma ilha deserta, viviam quatro amigos que esperavam há muito tempo serem resgatados. A Esperança era responsável por manter a todos unidos, sem jamais deixar que se entregassem ao desânimo. O Amor se preocupava em fazer com que todos fossem amáveis uns com os outros e a Felicidade estava sempre presente nestes momentos. Procurava iluminar as feições de cada um, para que todos pudessem ver uns aos outros como se fosse um espelho. O Tempo era amigo e conselheiro. Ficava horas fitando o horizonte, para ver se surgia alguma embarcação, mesmo quando todos dormiam. E assim os dias iam se prolongando até se transformarem em anos. Certo dia apareceu na ilha uma velha embarcação, conduzida por um homem de barba grisalha e olhar bondoso. Os amigos ficaram eufóricos, imaginando que finalmente poderiam voltar para casa. A Esperança se sentiu renascer. Perguntou ao barqueiro se podia fazer a travessia levando todos os amigos com ele.
- Não, respondeu o barqueiro. Só posso levar comigo apenas um dos seus amigos.
- E porque não podes levar a todos?
- Porque há o risco de naufragarmos.
- Mas a embarcação me parece segura, respondeu a Esperança, um tanto desapontada.
- Pode até parecer segura, mas o casco está trincado e já começa a fazer água.
A Felicidade saltitava entusiasmada, imaginando que talvez ela pudesse ser a escolhida.
O Amor se aproximou cauteloso e sugeriu que fizessem uma análise da situação, para ver quem estaria em melhores condições de partir da ilha em busca de ajuda. Talvez a Esperança fosse a escolhida, mas depois de muito pensarem, chegaram à conclusão que não poderiam ficar sem ela. O segundo indicado foi o Amor. Mas talvez o Amor fizesse falta. Todos precisariam dele para manter a união dos que iriam ficar na ilha. Então pensaram que a Felicidade pudesse ser a mais indicada para realizar essa tarefa. Mas como poderiam ficar sem a Felicidade para lhes fazer companhia? Era ela que fazia com que todos sorrissem, apesar das dificuldades que encontravam. Restava apenas o Tempo. Como não haviam pensado nisso? Só o Tempo seria capaz de ir e vir, sem perder tempo. E apesar de ser o mais velho dos quatro amigos, ainda podia passar despercebido, sem que ninguém desse por sua falta. E assim foi feito. O Tempo fez a travessia com o barqueiro e desembarcou no Futuro, que ficou encarregado de voltar ao Passado e resgatar os três amigos que ficaram perdidos no tempo, esperando que o Tempo voltasse atrás e os resgatasse...Mas será que o Tempo voltaria para buscá-los?
A Esperança pensava que sim...


A palavra, o tempo e o vento

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A palavra, o tempo e o vento
 Débora Benvenuti




O Vento assoviava alegremente uma linda canção. As palavras dançavam ao ritmo da música e pareciam flutuar ao sopro do Vento. Quando percebia que alguma das palavras se desequilibrava e quase caía, o Vento soprava com mais força, tão distraídas as palavras ficavam, ao serem embaladas naquele ritmo contagiante. Por onde o Vento passava, ouviam-se as canções que ele sempre carregava consigo. Muitas vezes, não eram só canções que ele transportava, mas sim, algumas palavras que soavam perdidas e que só eram ouvidas por quem as conseguia interpretar. E o Tempo, que estava sempre atento, sabia muito bem disso. Por mais que o Tempo demorasse a passar (muitas vezes ele parecia não ter pressa nenhuma), ele tinha conhecimento de todas as palavras que eram sussurradas pelo Vento, mesmo aquelas que poucos conseguiam ouvir. Quando o Vento estava distraído, uma dessas palavras ele trazia de volta, pois não sabia a quem as entregar. Só o Tempo, que era muito observador, conseguia interpretar. Essa Palavra que parecia não fazer nenhum sentido, se encaixava perfeitamente no quebra-cabeça montado pelo Tempo. Era só uma questão de tempo e o Tempo, que era o Senhor do Universo, estava sempre atento, pois dependia dele, encaixar a Palavra certa, no tempo certo e dar a ela o seu verdadeiro significado
.


Você já olhou sua janela hoje???

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   Você já olhou sua janela hoje???

 Um casal recém-casado mudou-se para um bairro muito tranquilo...
Na primeira manhã que passam na casa, enquanto tomavam café, a mulher reparou em uma vizinha que pendurava lençóis no varal e comentou com o marido:
_ Que lençóis sujos ela está pendurando no varal! Está precisando de um sabão novo. Se eu tivesse intimidade perguntaria se ela quer que eu a ensine a lavar roupas! 
 O marido observou calado...
 Por um longo tempo aquela cena se repetiu, de três em três dias a vizinha lavava os lençóis e a mulher sempre fazia com o marido o mesmo comentário...
 Um certo dia, a mulher se surpreendeu ao ver os lençóis da vizinha muito  brancos no varal. Empolgada ela foi dizer ao marido:
_ Veja, ela aprendeu a lavar roupas, será que outra vizinha lhe deu sabão? Porque eu não fiz nada.
 O marido calmamente respondeu:
_ Não, hoje eu levantei mais cedo e lavei a vidraça da nossa janela!


E assim é... tudo depende da janela através da qual observamos os fatos. Antes de criticar, devemos verificar se fizemos alguma coisa para contribuir e podemos começar verificando nossos próprios defeitos e limitações. 

             Você já olhou sua janela hoje???


O destino e o acaso

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   O destino e o acaso

Débora Benvenuti


O Destino andava perdido
e no meio do caminho encontrou o Acaso,
que andava desmotivado
e por casualidade
com o Destino
teve um encontro inesperado.
Os dois seguiram,
lado a lado,
conversando amenidades.
O Acaso acreditava
que havia sido o Destino
que os havia aproximado.
Enquanto o Destino
acreditava que tudo acontecia
por Acaso.
E assim continuaram lado a lado,
até chegarem a uma encruzilhada,
onde decidiram se despedir,
mais animados.
O Destino querendo encontrar um coração
que precisasse de um companheiro,
mesmo que fosse por Acaso
e neste caso,
o Acaso estaria mais uma vez realizado,
unindo dois corações,
pois este era o Destino
que o Acaso havia encontrado
para unir dois corações apaixonados...



As aventuras do marinheiro Papillon

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Categoria: Fábulas
As aventuras do marinheiro Papillon 
Débora Benvenuti



 Há muitos e muitos anos,existiu um marinheiro chamado Papillon. Ele navegou durante anos por mares turbulentos,às vezes entremeados por calmarias e foi durante esse período que ele acreditou ter chegado a um porto seguro e fez ali sua morada. Sopraram os ventos,veio a tempestade e ele firme,construiu sua família. Pensou ter encontrado um grande amor e desse amor, surgiram dois filhos, a quem ele chamou Larissa e Evan Noah. Dedicou-lhes todo amor que um pai pode dedicar a seus filhos e cada vez que pensava ter passado a tempestade sopravam novos ventos, que varriam para longe toda a esperança de felicidade. Até que um dia, ele resolveu se lançar ao mar novamente a procura de outros portos onde pudesse se abrigar dos ventos fortes que ameaçavam destroçar sua embarcação. E foi durante essa aventura, que ele chegou a uma ilha deserta, onde pensou que não existisse ninguém Percebeu, então, que na areia da praia, o AMOR havia deixado pegadas profundas em formato de coração. Curioso, decidiu seguir essas pegadas para ver se a ilha era tão deserta assim. Caminhou muito tempo e acabou chegando a uma cabana, onde percebeu que havia luz acesa. Encontrou a li uma mulher muito só, que durante muito tempo se distraia fazendo caixinhas muito coloridas e de vários formatos, onde guardava todos os sonhos que acalentava. Curioso, não resistiu à tentação e foi abrindo, caixinha por caixinha para ver o que havia dentro delas. Em cada caixinha que abria, foi descobrindo que havia sido guardados ali, AMOR, ESPERANÇA, CARINHO, AMIZADE e muitos outros sentimentos, que ele com o tampo, foi conhecendo. Um dia ele abriu a última caixinha que guardava um sentimento que ele desconhecia: A LIBERDADE. E por não conhecer o significado dessa palavra, se aventurou novamente ao mar. Tentou durante muito tempo descobrir o que isso significava e quanto mais procurava, menos entendia. Era algo diferente de tudo aquilo que já havia experimentado. E assim,ele continua até hoje, buscando em cada porto, um lugar seguro para ancorar a sua curiosidade. Depois que o marinheiro partiu em busca de novas aventura,a mulher fechou novamente cada uma das caixinhas e as escondeu em um lugar tão seguro, mas tão seguro, para que ninguém mais pudesse abri- las. E a partir desse dia, as luzes da cabana se apagaram e as pegadas da praia sumiram para sempre.

A nota de 100 reais

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Categoria: Fábulas
A nota de 100 reais

Um famoso palestrante começou um seminário numa sala com 200 pessoas, segurando uma nota de R$100,00.
Ele perguntou: “Quem de vocês quer esta nota de R$100,00” ?
Todos ergueram a mão…
Então ele disse: “Darei esta nota a um de vocês esta noite, mas, primeiro,deixem-me fazer isto…”
Então, ele amassou totalmente a nota.
E perguntou outra vez: “Quem ainda quer esta nota?”
E continuou: “E se eu fizer isso…” Deixou a nota cair ao chão, começou a pisá-la e esfregá-la.
Depois, pegou a nota, agora já imunda e amassada e perguntou: “E agora?… “Quem ainda vai querer esta nota de R$100,00”?
Todas as mãos voltaram a se erguer.
O palestrante voltou-se para a platéia e disse que lhes explicaria o seguinte:
“Não importa o que eu faça com o dinheiro, vocês continuarão a querer esta nota, porque ela não perde o valor. Esta situação também acontece conosco… Muitas vezes, em nossas vidas, somos amassados, pisoteados e ficamos nos sentindo sem importância. Mas, não importa, jamais perderemos o nosso valor. Sujos ou limpos, amassados ou inteiros, magros ou gordos, altos ou baixos, nada disso importa !… Nada disso altera a importância que temos!… O preço de nossas vidas, não é pelo que aparentamos ser, mas, pelo que fizemos e sabemos”!

Breve romance dos despachados

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Breve romance dos despachados
Autor - Ari Pinheiro
Intérprete - Érico Machado Bastos
Amadrinhador - Chico Saga


Quero que saibas, meu irmão de trago,
que nesta noite quase dia
compartilhas este balcão;
que esta estampa judiada
de andarilho sem rumo
é o rascunho de um passado
que o próprio tempo apagou...

- Estes cabelos mouros – acredite -
já foram asas centauras
que soas vinchas prendiam
nos dias de marcação!

- Estes braços tremelicantes
- Fiapos de nervos cansados –
já foram cernes de anjico,
garras de aço nas tesouras
das tosquias de Santana!

Repara bem parceiro,
neste tento que me serve de guaiaca,
prendendo mal e mal
este resto de bombacha...
... ele já foi parte de um laço de treze braças,
que num armadão fachudaço
jamais “encharutava”,
indo aninhar-se tranqüilo
nas aspas de um touro pampa,
destes que fazem “rosca na cola”
quando um pingo cruza o rastro
nos rodeios do Rio Grande!

E estes olhos sem brilho
que a catarata nublou,
parece mentira que foram faróis
de cruzar distâncias
e alumbar lonjuras
em tantas noites de ronda,
quando as tropas faziam estradas
nas planícies de Aceguá!

É bem verdade que cruzei fronteiras,
risquei caminhos,
Picaniei o destino
e busquei progresso...
... mas sempre para os outros!

Não tive tempo pra mim
porque na faina campeira
o suor vale muito pouco,
e o tempo sempre é contado
pelo relógio do patrão...


E assim parceiro,
quando estas pernas fraquearam
e não pude mais ginetear,
a fazenda ficou pequena
contrataram outro torena
e eu herdei o corredor...

Por algum tempo
changuiei uns pilas mirrados,
que me davam mais por pena que por paga,
gente que me vira monarca
culatreando tropas e engordando as burras
dos barões do pampa...

... depois me afundei na vida,
já sem cavalo,
(o meu morrera cedo, talvez por desgosto
de ver o dono em frangalhos)
vendi as garras por poucas patacas,
já que a mim não sobraram nem galpões
pra guardar trastes...

...da mitológica figura de centauro andante,
do laçador, ginete e tropeiro,
do cirurgião das mangueiras
que castrava por um trago de cachaça,
dele, nada mais resta...
aliás, nem sei como lembrei hoje
aquilo que fui...

Talvez a tua figura, irmão de trago,
recém chegado do campo,
tão espoliado quanto eu,
tenha acordado em meu peito
uma réstia de nostalgia...

A nós, parceiro,
resta o esquecimento dos bolichos
E a parte pobre de um cemitério
numa cruz sem inscrição...
...pois aos parias não se acendem velas,
já que a solidão não gera filhos
e nem netos pra chorar....

Papai Noel existe

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Papai Noel existe

Quando eu era menino minha avó me contava historia para mim dormir isto é natural quando a gente é criança a gente não tem maldade e acredita verdadeira mente na historia como é natural de todas crianças eu acreditava mesmo no papai Noel fazia meus pedidos colocava a meia do meu tio pendurada em um lugar da sala e dormia pensando que no outro dia os presentes estava lá mais isto nunca aconteceu o tempo foi passando eu comecei a ficar incrédulo porque nunca Recebi presente algum fiquei pensando porque o Povo inventa esta historia deixa a gente acreditar nisto passaram se muitos anos para minha surpresa quebrei a cara papai Noel é Real ele existe veja como é verdade ele me presenteou com sua amizade feliz 2009 tenha um abençoado natal você toda sua família são os votos deste teu amigo Rubens A Santos

O jardim das Acácias

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   O jardim das Acácias

Certa ouvi um canto, vindo do extremo sul
do Vale Hidelbrando
pela mata noite e dia
caminhei ao som uivante

ouvindo aquela melodia
que me zumbia
sem parar crescia

Doce voz, me impulsionava
e em largos passos
eu andava

Desposto a enxergar
qual fosse a face
daquele cantar

Cheguei perto
muito perto...
me encolhi entre fachos de capim cidreira
a espreita pela beira
a doce sereia

Era bela!
Muito bela!
Cantava a frente 
de um Jardim Reluzente

Tanto quanto a beleza da dama
me constrangia
como aos olhos me cegava
a natureza
que lá estava

Era como se aquela dama
fosse a mãe natureza

Cantava sobre toda a beleza
possível de se existir
quase que cada tom de silaba
gera-se átomos de trilhas
que brilhavam
como que se palavras
piscavam
como brilhos 
de pó piscante
as palavras da bela
como magia
davam luz 
aquela esfera!


Quase indescritível era aquela visão
Ma notei , a oeste, ao fim do espaço desta
que haviam peta-las soltas ao chão dela

que banhavam seus pés
rodeados de flores
mas acolchoados das pétalas 
que ao lugar, perfumavam

mas porque tantas flores desculpidas
em meio as lágrimas dos olhos que caiam?
Ela cantava, sobre um príncipe que a havia
algum tempo perecido

ao mexer por entre as folhas escondidos
toquei sem perceber num guizo
que soou, aos ouvidos da dama


Ela assustou-se diante do sonido
e escondeu-se depressa entre os troncos rompidos
e seu olhos mostraram chama
tanto quanto suas lágrimas em flama

-Ei, desculpei-me
mas as dias ouvi o canto
e respondi a este encanto

-Porquê choras bela dama
enquanto paira sobre este jardim?

Após fitar-me quase por um minuto
me mediu dos pés ao topo
e sorriu, á minha pergunta
ousada,

Respondeu-me ao mesmo tom
- Se alguém tú já perdeu
Tú sabes então a dor de não mais ter
a presença de um teu

Ela sorriu, e contou-me de seu amado
daquele tesouro, plantado
daquelas flores, que representavam 
tantas amizades, perdidas
numa dura batalha pela vida

Seu companheiro, era um príncipe valente
mas extremamente 
zeloso, com seu jardim

Mas certo dia, reunido ao Mosteiro
ficou sabendo, de um duro guerrilheiro
que ameaçaram inocentes damas
de um perto vilarejo

tal qual como quão zeloso era,
com tudo e com todos
tomou para si a afronta
e se pôs a defender

Seus amigos não obstante, 
se empenharam a segui-lo
mas incautelosamente caíram
numa emboscada a sua frente

As damas nada mais eram
que invejosas flores bruxas
que o enganaram até a morte

Ela cantou desde então, todos os dias
pela perda de seu amado!

e cada pétala de flores murchas
ela pisou, como se pudesse pisar sobre bruxas
que levaram seu amor!

Mas decidido a romper o mistério
fui com meu cajado além do lago
E encontrei o vilarejo, que causou engano 
aquele triste desfecho

Avancei a cabana a minha frente
e ninguém via, para que eu pude-se tomar parte
somente vi vultos a minha volta
com sussurros e uivos
a todo lado

Empunhei em tão em ataque 
e surpreendi quem as costas, me esperava ali
Era uma velha, que amaldiçoava o príncipe e a Dama 
do Jardim

Após soltar faiscas de seu corpo cerrado
esta velha desapareceu, ao nada
e um encanto do mal fora quebrado!

Nada a mais vi, depois disto

eu acordei ao som do canto
mas a Dama não mais cantava
Puder ergue-me para ver, ao fim do lago
a Dama e sua flores de Acácias

Mas aquele show parecia não ter fim
Ela rumava sobre as águas ao encontro 
de seu príncipe
e Juntos dançavam flutuantes
sobre o Jardim Das Acácias!

Como que por sonho 
me vi depois em outro lugar
num vilarejo cheio pessoas
e crianças 
a mesma música a cantar

e cantavam 
sobre a Lenda da Dama do Jardim das Acácias!

Os grandes amores são eternos

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Mensagens e poemas


Os grandes amores são eternos
Luiz Gonzaga Bezerra

Os mistérios são natos nas almas que nascem com a missão de aprender a amar na senda terrena, homens e mulheres, espalham-se nas campinas da vida, levados pelos ventos dos desejos, reencontram-se nos templos doirados dos sentimentos e embriagados nos primeiros olhares, sonham em está e ficar juntos para sempre.
Nem sempre as primeiras escolhas são perfeitas entre almas, muitas se molham nas águas da ilusão caem no conto da paixão, choram por descobrir que, apesar de toda beleza inicial dos beijos faceiros, apertos eloquentes, das juras de lealdade, dos sonhos partilhados nas noites de céu estrelado e do carinho, tudo foi apenas um lapso, descoberto após a união, divisão do mesmo espaço, das escovas de dentes, divergências da convivência e filhos entre as quatro paredes do lar.
Verdadeiramente são almas estranhas aos mandamentos do amor, orgulhosas querem pra si o que não vai lhe propor felicidade, sente-se poderosas ao conquistar a presa, logo, descobre a infelicidade lhe arrebentando a alma e o fogo que parecia queimar todo o ser desaparecer do coração, passando a sofrer no silencio e a meditar na besteira que fez por não conhecer os caminhos reais da cumplicidade, divisibilidade e respeito mutuo do amor.
O amor de almas é maior do que o oceano, nada o perturba, tempestades são marolas suáveis adoçando o peito, unindo ainda mais os sentimentos na labuta para construir os castelos da felicidade, dos prazeres de viverem no halo das noites os encantos dos beijos molhados de ternura, das palavras melosas de carinho no jogo sem vencedor do amor entre as almas realmente apaixonadas.
Os grandes amores são eternos, andarilhos do presente e passado, às vezes separados pelos caminhos do destino, se cruzando no mundo para viverem a magia de outrora e juntos ou separados pelas cercas do tempo, se doar em pensamentos de alegrias imensuráveis.
Ninguém segura o amor de almas gêmeas, pois, seus gritos são ouvidos nos quatro cantos do universo, o halo perfumado dos corpos espalha-se entre as flores, onde um estiver o outro estará ligado pelos fios dos pensamentos, só Deus, pode explicar o por quê de nascerem na mesma época para viverem apaixonados e separados.

Amiga eterna

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Categoria: Fábulas
Amiga eterna
 Vanise Macedo

A solidão... Ela não tinha mais do que reclamar; possuía algo que era só seu, que ninguém iria jamais ter igual um dia... Tinha a solidão.
E não era uma posse qualquer! Era especial por ser somente sua e ser tão ampla, tão interior, tão autoritária. Nunca a deixava sozinha; não! Era extremamente companheira. Bastava estender o braço, e ela ali estaria. Para ser honesta, às vezes, a companheira afastava-se um pouco; no entanto, era fácil reencontrá-la perto da cama, quando ficava olhando a montanha pela janela.
Ela adorava esconder-se no quarto; assim, a menina tinha de ir até lá para ter sua companhia. Ia até ela, a fim de falar ou transmitir pensamentos à companheira. Ou mesmo para escrever para ela. Talvez porque sentisse sua falta... Talvez porque já estivesse acostumada à sua eterna presença...
O combinado, então, era este: ir ao quarto para procurá-la. Mas era importante ir sozinha. Se ligasse o rádio, em alto volume, e deixasse que o som penetrasse, aí já era tarde! A solidão amiga era, além de tudo, tímida! Nem aparecia; era inútil esperar. Não vinha, mesmo que a porta estivesse aberta. Não entrava mesmo e pronto!
Quase todas as tardes ou durante as noites, a menina esperava-a. Ela facilmente se aproximava; ouvia a amiga e fazia-lhe companhia. A menina, entretanto, ficava dividida, pois achava que deveria haver outro mundo... Talvez existissem outros amigos lá fora...
A solidão não gostou de saber desses pensamentos da menina. Queria que só a conhecesse; era realmente muito egoísta e egocêntrica a moça! Começou a se afastar, e a menina, desconhecedora de outro mundo, sentiu-se mais só. Por dias, a companheira fez greve e não apareceu no pequeno quarto. A menina, esperançosa, aguardou-a por muito tempo. Nada substituía a amiga. Como sentia sua falta!
Então, teve uma ideia e resolveu pegar a amiga de jeito. Esquematizou um plano. Imaginou-se outra e fantasiou acontecimentos bem reais. Levou o aparelho de som e a esperança para dentro do quarto. O sonho foi correndo atrás dela. A menina trancou a porta e escutou músicas por muitas horas.
Aí, de repente, a solidão – cabisbaixa – apareceu, mexendo na maçaneta. A menina já imaginava quem estava do outro lado da porta... E, ao abrir e rever a amiga antiga, ela sorriu. A solidão entrou e, num gesto rápido, a garota apagou a porta do cômodo. Com agilidade, apertava e esfregava a borracha. Sumiu todinha!
A amiga não entendeu direito aquele gesto, pois enxergava a janela... De que adiantava prendê-la por uma e deixar a outra aberta? Mas a menina sorria; sabia que não poderia apagar a janela. Esta não!
Aumentou o volume da música, continuou com sua imaginação real e levou suave-mente a amiga à janela. Mostrou-lhe a linda paisagem que as duas podiam contemplar dali. A janela ficaria ali, sempre aberta, para que, um dia, as duas pudessem alçar voo, como as gaivotas. Juntas.
Voariam juntas, com a mala recheada de amor, de esperança, de sonhos e de realizações. Iriam, pela primeira vez, voar realmente.

Vivo feliz

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Mensagens e poemas




Vivo feliz

Sou inspiração
Escrevo poesias
Nasci vibrante
Vivo feliz.
Escrevo reescrevo
Mistérios divinos
Versos infinitos
Completa meu ser.
A caneta é irmã
Traçando palavras
Construindo emoção
No sussurro da alma
Adoro viver
Amar sem segredo
Colocar vocês
No meu céu de amor.
Amo as mulheres
Adoro seu cheiro
Vivo sem tédio
Ilumino desejo.

São filhos meus

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Categoria: Fábulas

São filhos meus
Siria Wagner Silva da Silveira


Os acolhi com todo amor,
Meu  carinho era minha expressão,
com qual me reconheciam.
cantávamos, assobiávamos
comíamos do mesmo pão.

Os banhava todos os dias,
Pela manhã e no calor.
parece que agradeciam.
A alegria era expressa.
O que sentíamos era amor.

Mas reconheço que o preço
desse amor era a prisão.
Mas que fazer por dois seres
que arrebatados de seus ninhos
Perderam a liberdade e a direção?

Deste ato não fui culpada,
Mas culpo a quem os aprisionou.
Eu os salvei, e em parte lhes devolvi
a claridade, em semi prisão.
Ao meu lado o destino os colocou.

Ouço-os cantar e me chamarem,
Do galho da goiabeira.
É o último som que ouço,
que jamais esquecerei.
Foi vida de uma vida inteira.

Hoje os entrego à liberdade
Tardia, porém merecida.
A lei é implacável, mas justa
Neste caso de separação.
Novas emoções serão sentidas.

Mais livres viverão agora,
Mais espaço e comodidade.
Por outras mãos vejo-os partir,
rumo ao desconhecido.
Esta cena não deixará saudade.

Meu papagaio Louro,
E minha Rica querida,
Com lágrimas agora escrevo,
Neste poema de pobres rimas
As frases desta despedida.

O pote rachado 4

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Categoria: Fábulas
O pote rachado

Havia na Índia um carregador de água que transportava - em ambas as pontas de uma vara que levava atravessada no pescoço - dois potes grandes de barro.
Um dos potes tinha uma racha e o outro era perfeito.
O pote perfeito chegava sempre cheio ao final do longo caminho que ia do poço até à casa do patrão.
Mas o pote rachado chegava apenas com metade da água.
E assim, durante dois anos, o carregador entregou diariamente um pote e meio de água em casa do seu senhor.
O pote perfeito, é claro, estava orgulhoso do seu trabalho.
O pote rachado, porém, estava envergonhado da sua imperfeição. Sentia-se miserável por apenas ser capaz de realizar metade da tarefa a que estava destinado.
Depois de perceber que, ao longo de dois anos, não tinha passado de uma amarga desilusão, o pote disse um dia ao homem, à beira do poço:
- Estou envergonhado e quero pedir-te desculpa. Durante estes dois anos só entreguei metade da minha carga, porque a minha racha faz com que a água se vá derramando ao longo do caminho. Por causa do meu defeito, tu fazes o teu trabalho e não ganhas todo o salário que os teus esforços mereciam.
O homem ficou triste com a tristeza do velho pote, e disse-lhe com compaixão:
- Quando voltarmos para casa do meu senhor, quero que repares nas flores que se encontram à beira do caminho.
De facto, à medida que iam subindo a montanha, o pote rachado reparou em que havia muitas flores selvagens à beira do caminho e ficou mais animado.
Mas no final do percurso, tendo-se vazado mais uma vez metade da água, o pote sentiu-se mal de novo e voltou a pedir desculpa ao homem pela sua falha.
Então, o homem disse ao pote:
- Reparaste em que, ao longo do caminho, só havia flores de teu lado? Reparaste também em que, quando vínhamos do poço, todos os dias, tu ias regando essas flores? Ao longo de dois anos, eu pude colher flores para ornamentar a mesa do meu senhor. Se tu não fosses assim como és, ele não poderia ter essa beleza para dar graça à sua casa.

Os pesos

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Categoria: Fábulas
Os pesos

Conta-se que um homem caminhava vacilante pela estrada. Em uma das mãos levava um tijolo e, na outra, uma pedra.
Nas costas carregava um saco de terra e do pescoço pendiam algumas vinhas.
Completando a inusitada carga, equilibrava sobre a cabeça pesada abóbora.
Sua figura chamava a atenção e um transeunte o deteve e lhe perguntou:
Por que carrega esta pedra tão grande?O viajante olhou para a mão e comentou:
Que estranho! Eu nunca havia notado que a carregava.
Assim dizendo, lançou fora a pedra, sentindo-se agora bem melhor.
Mais adiante, outro transeunte, lhe indagou:
Você parece muito cansado, por que carrega uma abóbora tão pesada?
Estou contente que me tenha perguntado. – falou o viajante. Eu nem havia notado o que estava fazendo comigo mesmo.
Então, jogou para longe a abóbora, prosseguindo a andar com passos mais leves. Cada pessoa que ele encontrava, lhe falava de um dos pesos que levava consigo. Por sua vez, o viajante os ia descartando, até se tornar um homem livre,
Seus problemas, acaso, eram a pedra, o tijolo, a abóbora? Não, era a falta de consciência da existência delas
Quando as viu como cargas desnecessárias, lançou-as longe, liberando-se.
Esse é o problema de muitos de nós.
Carregamos a pedra dos pensamentos negativos, o tijolo das más impressões, a pesada carga de culpas por coisas que não se poderia ter evitado.
Penduramos ao pescoço a autopiedade, conceitos de punição e que tudo está perdido, sem solução.
Não é de admirar, que nos sintamos tão cansados, sem energia!
Portanto, hoje, verifique se está carregando a canga da mágoa, o mármore do remorso, a lápide da culpa.
Desafogue o coração dos quilos de mágoa, perseguindo objetivos maiores.
Não culpemos a outrem pelo nosso desânimo e nosso fracasso.
Olhemos para nós mesmos, conscientizemo-nos das cargas desnecessárias, tomemos as devidas providências.
Sigamos felizes, conscientes .Mantém tua consciência desperta.
Ilumina-te e trabalha para alcançares a felicidade, que tanto anseias.

Coração apertado

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Categoria: Fábulas
Coração apertado
Camila Romano

Hoje meu coração está apertado..
Não estou voando, eu mal posso sentir minhas asas...
Onde está toda aquela força?? E toda aparência firme ...?
Onde está minhas botas de combate?
Meu uniforme verde... e no meu rosto a tinta ??

Hoje meu coração está apertado...
Não estou dançando, eu mal posso sentir meus pés...
Onde está a felicidade? E todo aquele sorriso?
Onde está meus vestidos
Minhas sapatilhas... o balé..

Hoje meu coração está apertado...
Não estou cantando, eu mal posso ouvir minha voz...
Onde está o charme ? E toda beleza?
Onde estão as pessoas...
Meu microfone ... as caixas de som...os troféis ..

Hoje meu coração está apertado
Sem rima, sem espaço
Sem destino, ao acaso...
Se perguntares o porque de nenhuma rima acima
Direis, é o que estava dentro de mim.. de ti... de nossas feridas..

A última parada

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Categoria: Fábulas
A última parada
Renato de Campos César Arruda

Segunda-feira pela manhã, acordo atrasado para o trabalho, desesperado para não perder a hora e conseqüentemente, o emprego. Toda vez que o Horário de Verão se inicia é a mesma agonia, o mesmo atraso, a mesma raiva em saber que estou perdendo uma hora do meu precioso sono. Mas enfim, de nada adianta ficar com raiva, o melhor é tentar relaxar e levar numa boa, sem começar a semana estressado. Infelizmente perdi o meu ônibus, e tive que esperar o próximo, já sabendo que me atrasaria por pelo menos uns quarenta minutos, e já pensava em uma boa desculpa para o Dr. Leandro, chefe do gabinete 201, o qual eu trabalho no Ministério da Justiça, que é temido por todos pela rigidez e cobrança no trabalho.
Ainda bem que encontrei um banco no ônibus, que estava relativamente vazio se comparado aos outros que passavam pela estrada e levando-se em consideração que várias pessoas se atrasam, assim como eu, com o início do Horário de Verão. Liguei meu MP3, encostei-me à janela e acabei pegando no sono, afinal tinha dormido uma hora a menos do que o normal devido ao bendito Horário de Verão. Como estava atrasado, era de se esperar que eu enfrentasse um engarrafamento muito grande, e como já iria me atrasar mesmo nem me preocupei e preferi aproveitar a oportunidade pra dormir e sonhar com a excelente desculpa que daria ao queridíssimo Dr. Leandro.
Estávamos passando em frente à entrada do Parque da Cidade, próximo ao Sudoeste, quando de repente acordei com o ônibus parado. Olhei para o lado e percebi que todos os passageiros estavam com os olhos arregalados, e sem entender o motivo estiquei meu pescoço para enxergar o que estaria acontecendo, quando vi um rapaz armado, anunciando que queria dinheiro, jóias, celulares, aparelhos eletrônicos e tudo de valor que poderíamos ter, e avisou que a partir daquele momento todos nós estávamos nos tornando reféns, pois ele não se satisfaria com dinheiro, mas queria a atenção que nunca lhe deram, e nós é que iríamos “pagar o pato” por todo o sofrimento e abandono que ele sofreu. Eu estava acordando, meio lerdo ainda, tentando processar todas as informações que o rapaz havia nos informado, sem conseguir pensar na gravidade da situação e ficando, assim como os outros passageiros, com os olhos arregalados.
O rapaz começou a retirar os pertences dos passageiros, e neste momento eu já estava mais acordado e comecei a me desesperar, pensando no que poderia acontecer comigo naquela situação, quando pela primeira vez olhei para o criminoso, observando atentamente a fisionomia do rapaz, e me assustei quando percebi que o rapaz armado era na verdade Beto “Bolinha”, aquele rapaz gordinho que estudou na minha sala até os meus dezessete anos e que era sim discriminado por muitos, e sofria demais por isso.
Já fazia muito tempo, nem sei como fui lembrar-me das brincadeiras de mau gosto, das piadinhas sem graça, da exclusão da qual o rapaz era submetido e das inúmeras vezes que o coitado apanhou sem nada ter feito. E junto com todas essas lembranças veio um desespero maior ainda, pois apesar de nunca ter feito nada com o rapaz, ele poderia não se lembrar disso e pensar que eu fui um dos causadores de todo o sofrimento dele e fazer algo muito ruim comigo por esse motivo.
Conforme o rapaz ia se aproximando de mim eu ia me lembrando das histórias do coitado do Beto “Bolinha”, inclusive da última que tive notícia, justamente aquela que muitos disseram ter sido a “gota d’água” para Beto “Bolinha”. Tínhamos dezessete anos, estávamos no fim do Ensino Médio, e o garotinho gordinho que tanto sofreu continuou tendo a mesma sina, o mesmo destino, as mesmas humilhações, principalmente aquelas vindas do Fabinho e de seu grupinho. Fabinho era um rapaz alto, vistoso, popular, aquele que todas as garotas queriam namorar. Todos gostavam do Fabinho e, por isso, nunca ninguém fez nada a ele, mas havia uns três anos que ele tinha começado a mexer com coisa que não presta, a andar com moleque bandido e a destruir a bela vida que teria pela frente. Naquela época, Fabinho começou a treinar capoeira perto do clube, depois de muita insistência em casa, e tornou-se um aluno de destaque, aprendendo de maneira espetacularmente rápida todos os movimentos que lhe eram ensinados e cada vez mais se aprimorando na arte da capoeira.
Mais ou menos uns seis meses depois que ele entrou nas aulas de capoeira conheceu um rapaz chamado Pedro, que se tornou amigo de Fabinho em pouquíssimo tempo. Conforme a amizade ia crescendo, Pedro certo dia disse que iria ensinar ao Fabinho como o mundo era, e fazer dele um homem de verdade. Fabinho, já confiando muito em Pedro, resolveu aceitar a proposta para se tornar um homem de verdade e foi ao local onde Pedro disse-lhe para ir. Chegando ao local combinado, Pedro entregou uma faca e um “baseado” para Fabinho, e disse que eles iriam assaltar muito naquela noite, e pra terem coragem iriam primeiro fumar uns “baseados”. Fabinho não era um rapaz ruim, vinha de uma família boa, tinha ótimos antecedentes, era aluno exemplar na escola e orgulho para os pais. A princípio ele disse que não iria fazer aquilo, e já estava devolvendo a faca e o cigarro de maconha para o até então amigo quando este falou que Fabinho tinha entrado num beco sem saída, que a partir daquele momento o rapaz não tinha mais escolha a não ser fazer o que ele estava mandando, ou então ele iria usar aquela faca na barriga dele, matando-o ali mesmo. Fabinho, sem escolha, fumou seu primeiro cigarro de maconha e praticou seu primeiro crime, um assalto à padaria.
A partir daquele momento a vida de Fabinho mudou de rumo de maneira incrivelmente rápida, e fez daquele garoto que todos adoravam um verdadeiro marginal. Em três meses ele já estava assaltando sozinho, já não era mais bom aluno, tinha uma aparência feia, tinha perdido todo aquele brilho do olhar e toda aquela beleza que tinha, dava muita dor de cabeça aos pais e só trazia problemas para si. Aos quinze anos Fabinho já estava completamente dependente das drogas. Foi quando os pais dele o mudaram de escola, e o colocaram justamente na escola onde eu estudava, exatamente na sala que eu estava tendo aulas, mesma sala do Beto “Bolinha”.
Com a índole já transformada, Fabinho viu em Beto “Bolinha” uma razão para se divertir, pois ele adorava machucar as pessoas, com palavras, atos e com a mão também. Começou a brincar com o rapaz, fazendo piadas de muito mau gosto, fazendo por muitas vezes o rapaz chorar de desespero e medo. Foi assim até o fim do Ensino Médio, quando tínhamos dezessete anos. Quanto mais Beto “Bolinha” pedia pra parar, mais apanhava. Até que certo dia Beto “Bolinha” não mais agüentou, chegando à escola com uma faca escondida na mochila. Esperou Fabinho levá-lo para o banheiro para bater nele e quando o marginal menos esperava levou duas facadas no peito, e ouvimos os gritos de dor dele de muito longe, e vimos o rapaz morrer ali mesmo no chão do banheiro, agonizando de maneira terrível. Beto “Bolinha” foi levado direto para a delegacia, e por um acaso do destino matou o rapaz a um mês de completar dezoito anos, e por isso teve uma pena bem mais tranqüila do que aquela que teria se já fosse maior de idade. Depois daquela trágica manhã eu nunca mais tive notícia do rapaz, até o dia do ônibus.
Ele passou por mim, pegou meus pertences de valor, e continuou assaltando os outros passageiros, e eu dei graças à Deus pelo fato de ele não ter me reconhecido, até que de repente ele volta, olha para mim e diz, “eu te conheço de algum lugar, e espero que você não tenha feito nada de ruim para mim, pois senão...” Eu gelei dos pés à cabeça, sabendo que se ele por acaso colocasse na cabeça que eu já tinha feito ele sofrer eu seria um homem morto. Logo após ele ter falado isto para mim a polícia chegou ao local, cercando o ônibus e fechando a avenida, impedindo qualquer pessoa de passar por ali, e junto com ela chegou a imprensa, com todos os fios, microfones, luzes e câmeras. O circo estava montado, e Beto “Bolinha” iria ter a atenção que queria, mas pelo menos eu sabia que o final não seria exatamente como ele imaginava. A polícia iniciou o trabalho de negociação com o rapaz, que se dizia duro, capaz de enfrentar todos que estavam ali, sem ceder nem um pouquinho, disposto a fazer qualquer sacrifício para realizar o plano que tinha feito para aquela manhã.
Eu comecei a contar quantas pessoas estavam submetidas àquele cárcere privado, e concluí que juntamente comigo estavam quatro homens e sete mulheres dentro do ônibus, mais o motorista e o cobrador. Naquele momento Beto “Bolinha” mandou todos irem para o fundo do veículo, com medo de que alguém pudesse atingi-lo pelas costas. Fomos todos para os últimos bancos, e ficamos abaixados sob eles, sempre obedecendo a todas as ordens do rapaz. Ele então começou a explicar os motivos de tudo aquilo, dizendo que pessoas o fizeram sofrer, e nós serviríamos de exemplo para elas. Muitos já choravam naquele momento, quando ele novamente se dirigiu para mim, e disse, “lembrei, você estudou naquela maldita escola comigo. Eu estou assim por causa daquela droga de escola. Todos que estudaram comigo devem pagar por isso, e você vai ser o primeiro.” Tudo aquilo que eu mais temia aconteceu. O rapaz, além de ter me reconhecido, ainda me jurou de morte por achar que eu também fiz coisas ruins a ele. A partir daquele instante eu passei a esperar pelo pior, ficando completamente sem esperança.
Naquele momento eu percebi a chegada do BOPE, Batalhão de Operações Especiais do Distrito Federal, e percebi que a coisa era muito mais séria do que eu tinha imaginado. Eles assumiram a situação, com uma intensa negociação com o criminoso, que dizia estar apenas vingando todos os segundos que sofreu na vida, e para isso precisaria sacrificar algumas pessoas, que seriam os objetos da sua maligna vingança. Do momento que eu acordei até a chegada do BOPE haviam se passado uma hora, quando o meu celular tocou. Era o Dr. Leandro, querendo saber onde eu possivelmente estava, mas quem atendeu ao Dr. Leandro não fui eu, mas sim Beto “Bolinha”, que mandou o Dr. ligar a televisão para achar o funcionário que ele estava procurando, e que se ligasse mais uma vez alguém iria morrer.
Ele então pegou um cigarro de maconha de dentro do bolso e começou a fumar, ficando um pouco fora de si, o que era relativamente bom. Porém incrivelmente nervoso, o que piorava a situação. Foi quando ele me mandou levantar, apontando a arma para a minha cabeça, me usando como um escudo, evitando a morte que poderia lhe alcançar a qualquer momento. Depois de duas horas de negociação ele finalmente libertou as primeiras vítimas, uma senhora que se debulhava em lágrimas de tanto nervosismo, uma mulher grávida de mais ou menos oito meses e um rapaz que estava passando mal. Com três a menos, éramos cinco homens, contando com o motorista e o cobrador e cinco mulheres.
Por todo o tempo em que começou a me usar como escudo permaneceu apontando a arma para a minha cabeça, apertando, por vezes, com muita força, dizendo no meu ouvido que eu seria a vítima que ele levaria consigo, pra onde quer que ele fosse. Eu estava desesperado, e comecei a ser usado como instrumento da negociação, transmitindo as informações que eram passadas de ambos os lados, e pedindo pelo amor de Deus que não me deixassem morrer. Eu só conseguia pensar na minha esposa, na minha família, nos meus amigos. Toda a minha vida estava passando na minha cabeça como um filme, e eu não mais conseguia raciocinar.
Muita conversa já tinha acontecido e cinco horas mais tarde ele libertou quase todos os reféns, deixando no ônibus apenas eu e duas adolescentes desesperadas, quando eu percebi a esperteza dele, que retirou de perto dele todos os outros homens que poderiam ser uma ameaça a ele, mantendo, de homens, apenas eu, que seria o instrumento da vingança dele, e as duas jovens que nenhuma ameaça representava ao criminoso. Apesar de todo o nervosismo, todos começaram, inevitavelmente, a sentir fome, pois estávamos sem comer a várias horas. Ele me mandou pedir comida pela janela, algo como sanduíches ou coisa assim, e dez minutos depois me entregaram duas sacolas pela janela, quando o comandante me fez um sinal me avisando que havia um transmissor escondido na sacola, para que a equipe da polícia pudesse ouvir tudo o que estava acontecendo dentro do ônibus.
Eu, sem que ele percebesse o que estava fazendo, enfiei o transmissor no bolso da minha jaqueta, e entreguei os sanduíches para todos, e ele nos fez comer do sanduíche dele primeiro para depois comer sossegado, certificando-se assim que não havia nenhum tipo de veneno ou algo do tipo. Após o lanche e apesar de ter uma arma apontada para a minha cabeça, fiquei mais calmo, como se a comida me aliviasse um pouco, além de saber que a polícia estava acompanhando toda a conversa dentro do ônibus.
Já estávamos no meio da tarde quando a polícia desistiu das negociações e começou a armar uma maneira de invadir o ônibus e render o criminoso, e isso era tudo o que eu mais temia, pois eu sabia onde tudo iria terminar. Minhas pernas tremiam, lágrimas escorriam do meu rosto, o medo de morrer se espalhou em mim. De repente escutei um barulho muito alto, e balas quebraram o vidro do ônibus e me atingiram no peito e no pescoço, e eu caí no chão, olhando para as duas garotas que estavam no fundo do ônibus antes de fechar meus olhos, ao mesmo tempo em que sentia o sangue saindo da minha boca e o ar faltando em meus pulmões. Eu sabia que iria morrer, e agonizei até que ela me alcançasse. Depois disso, não sei de mais nada, fechei meus olhos pela última vez e me despedi deste mundo.
Ou pelo menos pensei que teria me despedido, pois algum tempo após o ocorrido, abri meus olhos, sem saber o que estava acontecendo, vendo-me num lugar desconhecido, sem saber que dia era, se eu estava vivo ou não, se aquilo era ou não real. Quando entram pela porta duas pessoas vestidas de branco, e foi quando eu pensei que realmente tinha morrido, até sentir uma dor infernal provida de uma injeção aplicada por uma das pessoas que chegaram ao tal local. Naquele momento de dor me explicaram que na hora do tiroteio eu levei um tiro no pescoço e outro bem no peito, exatamente na direção do coração, mas fui salvo por causa de um transmissor que havia no bolso da minha jaqueta, e consegui sobreviver por isso. O tiro que levei no pescoço rompeu veias importantes do meu pescoço, e para evitar enormes dores que eu sentiria pelas três cirurgias que fui submetido, me induziram ao coma por vinte e cinco dias, até aquela tarde.
Quanto ao rapaz, ele não foi atingido por nenhuma bala, mas foi preso numa invasão feita pela polícia e morreu antes de chegar à delegacia, com traumatismo craniano, causando para si um final exatamente igual àquele ao qual foi por tantas vezes submetido na adolescência.
Quanto a mim, estava muito feliz por ter sobrevivido, principalmente quando soube que foi por causa de um pequeno aparelho que continuei vivo, mas ao mesmo tempo ficava triste quando imaginava o rapaz apanhando na viatura de polícia, sendo espancado até a morte, sofrendo como nunca um ser humano deveria sofrer, e comecei a sentir pena do rapaz, imaginando o quão triste é o lugar para onde foi após a morte.
Após sair do hospital, resolvi estudar medicina, e me tornar um psiquiatra, para, assim, poder ajudar jovens como Beto “Bolinha” a não cometerem tais burrices e acabarem com suas vidas. Hoje, trinta e três anos após o trágico evento daquele dia, sou mestre em psiquiatria, escrevi sete livros sobre diversos temas, como criminologia, traumas infantis, dentre outros. Sou conhecido em todo o país por ser o rapaz que sobreviveu por causa de um transmissor de cinco centímetros.
Depois da última parada minha vida mudou completamente, e hoje eu posso ajudar jovens como Beto “Bolinha” a superarem traumas e assim viverem normalmente. Após ter escrito meu terceiro livro construí meu próprio Centro Psiquiátrico, o “Beto Centro de Psiquiatria”, em homenagem ao homem que serviu de instrumento para que eu
pudesse curar jovens como ele.

Deus disse: Não

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Cantinho:
Categoria: Fábulas

Deus disse: Não

Nas horas difíceis quando lembramos de rogar a Deus por seu socorro nem sempre sabemos interpretar a sua resposta, no entanto a resposta sempre chega de conformidade com nossas necessidades e merecimentos.
Um homem que costumava fazer pedidos específicos á Deus, um dia conseguiu entender a sua resposta e escreveu o seguinte:
“Eu pedi a Deus pra tirar a minha dor; Deus disse: _Não. Não cabe a mim tira-la, mas cabe você dela desistir;
Eu pedi a Deus para fazer com que meu filho deficiente físico, fosse perfeito; Deus disse: _Não. Seu espírito é perfeito, e seu corpo e apenas provisório;
Eu pedi a Deus pra me dar paciência; Deus disse: _Não. A paciência nasce nas tribulações, não é doada é conquistada;
Eu pedi a Deus pra me dar felicidade; Deus disse: _Não. Eu lhe dou benções, a felicidade depende de você;
Eu pedi a Deus para me proteger da dor; Deus disse: _Não. O sofrimento o separa dos apelos do mundo e o traz mais perto de mim;
Eu pedi a Deus pra me fazer crescer em espírito; Deus disse: _Não. Você tem que crescer sozinho, mas eu lhe podarei, para que você possa dar frutos;
Eu pedi a Deus todas as coisas para que eu possa gostar de vida; Deus disse: _Não. Eu lhe dôo vida para que você possa gostar de todas as coisas;
E por fim, quando pedi á Deus para me ajudar a amar os outros tanto quanto ele me ama; Deus disse: _Finalmente você capitou a idéia.”
Se por ventura você está se sentindo triste por não ter recebido a resposta que desejava ter recebido do pai criador, volte a sorrir.
O sol beija o botão de flor e ela sorri, a chuva beija a terra e ela reverdecida sorri, o fogo funde os metais, e estes deplorando-se expressam formas para sorrir.
Vai a dor volta a esperança, foge a tristeza volta a alegria.

Encanto 3

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Categoria: Fábulas
Mensagens e poemas
Encanto
M. do Carmo de Assis

Hoje um andarilho único
Em uma noite escura
De uma rua estreita
Procurando o meu Apolo
Meu príncipe encantado
Sem saber que bem do lado
Ele um dia apareceu

Nem vi! Ele chegar
E me cantarolar
Uma linda canção
Ah! Meu príncipe meu guardião
Meu Rei meu escudo
Vem nesta noite escura
Trazendo-me a luz da lua
Para iluminar a rua
E cantar esta linda canção

Quero viver ao teu lado
Quero ser o seu amado
Quero ser a luz da lua
Quero iluminar a rua
Só para você passar.

Quero sentir o seu cheiro
Afagar os teus cabelos
Diminuir os teus medos
Deixando a luz da lua
Sempre a ti iluminar.

Trocas 2

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Categoria: Fábulas
Trocas

Há pessoas que não sabem o que é o sorriso.
E por isso o trocam por uma lágrima.
Não sabem o que é um canto.
E o trocam por um grito de agonia.
Não sabem o que é uma amizade.
E a trocam pela antipatia.
Não sabem o que é o amor.
E o trocam por um grande ódio.
Não sabem o que é a paz.
E a trocam pela intriga.
Não sabem o que é a verdade.
E a trocam por um mundo corrido de mentiras. 
Não sabem o que é uma flor, uma árvore, uma paisagem.
E trocam-nas por uma poluição desenfreada
Não sabem o que é o diálogo.
E se trancam dentro de si mesmas.
Não sabem o que é união.
E vivem isoladas.
Não sabem quem é Deus.
E o trocam por superstições vazias. 
Não sabem o que é vida.
E vivem trocando-a pela morte.
Todas estas trocas são feitas
porque o mais cômodo tem caminhos mais fáceis.
Mas a verdade é uma só: lutar, perseverar, servir, servir .
As trocas pelo mais cômodo, pelo mais fácil, não levam a lugar nenhum.
Pelo contrário: atrapalham, esvaziam, machucam, destróem.
 

Pinóquio

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Mensagens e poemas
Pinóquio
Zaneide Madeira Gonçalves

Era uma vez um carpinteiro chamado gepeto, sem filhos, construiu para si um boneco de madeira. Para sua surpresa; depois de pronto, o boneco movia-se e falava como um menino de verdade. Chamou-o então de pinóquio. Pegou papel colorido e fez-lhe uma roupinha. Com o miolo do pão fez uma touquinha e depois, com o pequeno par de sapatos, passou a considerá-lo como um filho. Gepeto decidiu mandar pinóquio á escola e, por isso, comprou-lhe uma cartilha; mas o boneco, quando ia pela estrada, ouvi uma musica do circo e a seguiu. Vendeu seu livro para poder comprar a entrada e correu para o circo. Enquanto isso dois malandros-A raposa e o gato-acompanhavam todos os seus movimentos. No circo pinóquio foi aprisionado pelo terrível Stromboli, o dono do teatro, que o confundiu com um de seus fantoches. Mas pinóquio tanto fez que conseguiu comover o homem que, afinal não era tão mal assim. Stromboli deu-lhe algumas moedas de ouro para levar a seu pai que, como havia dito, era muito pobre e tinha vendido até seu casaco para comprar a cartilha.

Pegadas na areia 9

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Categoria: Fábulas
Pegadas na areia

     Uma noite eu tive um sonho...


     Sonhei que estava andando na praia com o Senhor, e através dos Céu passavam cenas da minha vida. Para cada cena que se passava, percebi que eram deixadas dois pares de pegadas na areia: um era o meu o outro era do Senhor.


     Quando a última cena da minha vida passou diante de nós olhei para trás, para as pegadas na areia e notei que muitas vezes, no caminho da minha vida havia apenas um par de pegadas na areia.


     Notei também que isso aconteceu nos momentos mais difíceis e angustiosos do meu viver. Isso entristeceu-me deveras, e perguntei então ao Senhor.


     _Senhor, Tu me disseste que, uma vez que eu resolvi Te seguir, Tu andarias sempre comigo todo o caminho mas, notei que durante as maiores atribulações do meu viver havia na areia dos caminhos da vida, apenas um par de pegadas. Não compreendo por que, nas horas que eu mais necessitava de Ti, Tu me deixastes.


     O Senhor me respondeu:


     _Meu precioso filho. Eu te amo e jamais te deixaria nas horas da tua prova e do teu sofrimento. Quando viste na areia apenas um par de pegadas, foi exatamente aí que Eu nos braços ...te carreguei.

Os gansos

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Categoria: Fábulas
                                          Os  gansos
Bené Barros

Fato 1:  Quando um ganso bate asas, ele propicia uma "elevação espiritual" aos seguintes.  Ao voar na formação "V" , o bando inteiro aumenta em 71% o alcance de vôo com relação  ao de um pássaro voando normal.

Lição:  Compartilhar a mesma direção e o senso de grupo permite chegar mais rápido e facilmente ao destino.

Fato2:Quando um ganso sai da formação, ele sente a morosidade e a resistência do voar sozinho.  Logo retorna à formação para usufruir o poder de elevação dos que estão à sua frente.

Lição:  Permanecer em sintonia com os que se dirigem  para onde queremos ir.  Estar disposto a aceitar e a oferecer ajuda.

Fato 3:   Quando o ganso líder se cansa, ele se traslada para o final da formação, enquanto outro assume a dianteira.

Lição:   Fazer rodísios em tarefas árduas e compartilhar. É necessário reunir habilidades e capacidades, combinar dons, talentos e recursos.

Fato 4:  Os gansos, voando em formação, grasnam para encorajar os que estão na frente a manter a velocidade.

Lição:   Onde há encorajamento, o progresso é maior. O  poder de encorajamento - apoiar-se nos próprios valores mais altos e encorajar o coração ou os valores mais alto dos dos demais - é a qualidade expressa nesse  grasnar.

Fato 5:  Quando um ganso adoece, se fere ou é atingido, dois outros saem da formação e acompanham-no para  ajuda-lo e protege-lo.  Permanecem com ele até que ele morra ou seja capaz de voar novamente. Integram-se em uma outra formação ou alcançam o bando.

Lição:   Estarem uns ao lado dos outros tanto nos momentos de dificuldades quanto nos de força.      

Sonhos da menina 1

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Categoria: Fábulas

Sonhos da menina


A flor com que a menina sonha
está no sonho?
ou na fronha?
Sonho
risonho:
O vento sozinho
no seu carrinho.
De que tamanho
seria o rebanho?
A vizinha
apanha
a sombrinha
de teia de aranha . . .
Na lua há um ninho
de passarinho.
A lua com que a menina sonha
é o linho do sonho
ou a lua da fronha?

Lenda oriental

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Lenda oriental

Camila Tavares
Conta uma popular lenda do Oriente Próximo, que um jovem chegou à beira de um oásis junto a um povoado e aproximando-se de um velho perguntou-lhe:
- 'Que tipo de pessoa vive neste lugar ?

- 'Que tipo de pessoa vivia no lugar de onde você vem ?' -
perguntou por sua vez o ancião.
- 'Oh, um grupo de egoístas e malvados. - replicou o rapaz - Estou satisfeito de haver saído de lá.'
A isso o velho replicou:
- 'A mesma coisa você haverá de encontrar por aqui.'
No mesmo dia, um outro jovem se acercou do oásis para beber água e vendo o ancião perguntou-lhe:
- 'Que tipo de pessoa vive por aqui ?'
O velho respondeu com a mesma pergunta:
- Que tipo de pessoa vive no lugar de onde você vem ?
O rapaz respondeu:
- 'Um magnífico grupo de pessoas, amigas, honestas, hospitaleiras.
Fiquei muito triste por ter de deixá-las'.
- 'O mesmo encontrará por aqui'- respondeu o ancião.
Um homem que havia escutado as duas conversas perguntou ao velho :
- 'Como é possível dar respostas tão diferente à mesma pergunta?
Ao que o velho respondeu :
- 'Cada um carrega no seu coração o meio ambiente em que vive.
Aquele que nada encontrou de bom nos lugares por onde passou, não poderá encontrar outra coisa por aqui.
Aquele que encontrou amigos ali, também os encontrará aqui porque, na verdade, a nossa atitude mental é a única coisa na nossa vida sobre a qual podemos manter controle absoluto'.
Infunda em si mesmo a idéia do sucesso.
O primeiro requisito essencial a todo homem para encontrar
uma vida digna de ser vivida, é ter uma atitude mental positiva.


A coragem de enfrentar seus medos...

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Categoria: Fábulas
A coragem de enfrentar seus medos...
Camila Tavares
Diz uma antiga fábula que um camundongo vivia angustiado com medo do gato.
Um mágico teve pena dele e o transformou em gato.
Mas aí ele ficou com medo de cão, por isso o mágico o transformou em pantera.
Então ele começou a temer os caçadores.
A essa altura o mágico desistiu.
Transformou-o em camundongo novamente e disse:
-- Nada que eu faça por você vai ajudá-lo, porque você tem apenas a coragem de um camundongo.
É preciso coragem para romper com o projeto que nos é imposto.
Mas saiba que coragem não é a ausência do medo, é sim a capacidade de avançar, apesar do medo; caminhar para frente; e enfrentar as adversidades vencendo os medos... É isto que devemos fazer.
Não podemos nos derrotar, nos entregar por causa dos medos.
Assim, jamais chegaremos aos lugares que tanto almejamos em nossas vidas...

O umbigo nosso de cada dia

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O umbigo nosso de cada dia



Cada um com o seu,
O umbigo nosso de cada dia
Em torno do qual tudo gira, tudo acontece, tudo permanece.
E somos deuses com nossos umbigos, preocupados que estamos com nossos negócios, nossas mazelas, nossa escuridão, nossa podridão.
Não, ninguém há de saber o que se passa, pois somos só nós e nossos umbigos.
Os senhores da vida e da palavra.
Donos da verdade e da falta dela quando convém.
Donos da dignidade que ninguém vê.
Passeamos, pés acorrentados aos fantasmas do passado, e
as marcas, juramos, ninguém as tem tão profundas e sulcadas, sangrando nossa última gota do sangue já gelado.
Ninguém.
Não olhamos para o lado, para o que agoniza caído ao chão, não.
Porque nossa dor, ora, é infinitamente maior.
Quem é fulano, com seu umbiguinho tão pequenininho para se achar no direito de sofrer mais, ou acreditar que sua dor seja maior?
Não.
Gente estúpida!
Quanta gente estúpida!
Restamos eu, e meu umbigo.
E a dor, que é minha por merecimento.

Dizem 1

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Dizem
Dizem que um mês são 30 dias, no máximo 31, mas, quanto demora para passar um mês para quem sofreu um golpe no relacionamento? Me diga, quanto demora para passar um mês para quem perdeu o emprego depois de tantos anos de dedicação ao trabalho? Vai, responde por favor, quanto tempo demora para passar um mês na vida de quem foi preso injustamente? Quanto tempo demora para passar um mês na vida de quem está internado em um hospital sem esperanças? Quanto tempo demora para passar um mês na vida de um idoso abandonado em um asilo? Quanto tempo demora para passar um mês na vida de uma criança em um orfanato? Já pensou em quanto tempo demora para passar um mês na vida de quem foi morar na rua por não poder pagar por onde morava? Não, não é tudo igual, existem momentos em que o tempo parece se arrastar e infelizmente, os momentos felizes, as alegrias, as comemorações, o emprego, a escola, a família, a saúde, e tudo o que temos, não são valorizados e quanto temos tudo isso, o tempo parece voar, foge do controle das nossas mãos. 15 dias de férias maravilhosas voam, 15 dias de angustia pela resposta de um concurso parecem um tormento, lento, arrastado, angustiante. Por isso, nos próximos minutos dedique-se ao 'agradecer'. Agradeça tudo o que for lembrando, mesmo que te pareça que nada tem de bom para agradecer, mesmo que você esteja passando por um momento super difícil, ainda assim, se olhar para os lados, vai perceber que você ainda tem muito para agradecer, coisas que nem sempre ligamos, só percebemos a falta quando perdemos. Por falar nisso, quem você abraçou hoje? Para quem você disse 'eu te amo', ou ' eu gosto de você', pode ser para a mãe, o pai, o companheiro ou companheira, ou até o seu animalzinho de estimação. Neste dia, que eu não sei como vai terminar, eu espero que você possa fazer coisas úteis para a sua própria vida e uma lista real de coisas do que tem para agradecer. Descubra que vale a pena viver, lutar, sonhar e acrescentar a cada dia, um novo tempo, tempo de ser feliz, porque você merece.

Estrela do mar 2

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Estrela do mar
Era uma vez um escritor que morava em uma tranqüila praia,
junto de uma colônia de pescadores.
Todas as manhãs ele caminhava à beira do mar para se inspirar,e à tarde ficava em casa escrevendo.
Certo dia, caminhando na praia, ele viu um vulto que parecia dançar.
Ao chegar perto, ele reparou que se tratava de um jovem que recolhia estrelas-do-mar da areia para, uma por uma, jogá-las novamente de volta ao oceano.
'Por que está fazendo isso ?' perguntou o escritor.
'Você não vê ! explicou o jovem:
A maré está baixa e o sol está brilhando.
Elas irão secar e morrer se ficarem aqui na areia'.
O escritor espantou-se.
'Meu jovem, existem milhares de quilômetros de praias por este mundo afora, e centenas de milhares de estrelas-do-mar espalhadas pela praia.
Que diferença faz ? Você joga umas poucas de volta ao oceano.
A maioria vai perecer de qualquer forma'.
O jovem pegou mais uma estrela na praia, jogou de volta ao oceano, olhou para o escritor e disse:
'Para essa aqui eu fiz a diferença...'.
Naquela noite o escritor não conseguiu escrever sequer uma linha, nem conseguiu adormecer. Pela manhã, voltou à praia, procurou o jovem, e uniu-se a ele, juntos, começaram a jogar estrelas-do-mar de volta ao oceano.Sejamos, portanto, mais um dos que querem fazer do mundo um lugar melhor.


Sejamos a diferença!

A serpente e o vagalume 1

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A serpente e o vagalume
Conta a lenda que uma vez uma serpente começou a perseguir um vagalume.


Este fugia rápido, com medo da feroz predadora e a serpente nem pensava em desistir.


Fuigiu um dia e ela não desistia, dois dias e nada...


No terceiro dia, já sem forças, o vagalume parou e disse a serpente:


- Posso lhe fazer três perguntas?


- Não costumo abrir esse procedente pra ninguém, mas já vou te devorar mesmo, pode perguntar....


- Pertenço a sua cadeia alimentar?


- Não


- Então por que você quer acabar comigo?


- Porque não suporto ver você brilhar....

'Pense nisso e selecione as pessoas em quem confiar'

 
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