Sem mais razão
Sem mais razão
Framcis Henrique Oler Pimenta
Aqui, no quarto escuro, entre grossa brancura das paredes, escuto o som místico do silêncio, desnudo com forças interiores crenças do desconhecido de presenças que já se foram, não há mais ontem, hoje ou amanhã, carrego em mim o inútil tempo que se dissolve ao desfiar das horas incessantes, como numa vida incrédula de tudo e de todos, não existe firmamento onde se agarre para ao menos tentar acreditar no que sou, vivo de tal maneira que não existe algo plausível para pelo menos enxergar, ando pela escuridão sem ao menos esperar a chegada de onde quero chegar, tudo tão ausente, tão inexistente, que não tem o presente do dia em que me encontro, assim sou, objeto de algo que não existe, de algo intocável, de algo que entorpece os sentido da minha razão.