Para não dizer que não falei de amores










Para não dizer que não falei de amores
Nélio Bessant
Hoje me peguei meio poeta, meio louco, completamente no mundo-da-lua.
Me peguei com vontade de falar de flores... e de amores. Afinal, flores e amores têm muito em comum.
Têm um ciclo igual de vida. Nascem, crescem, florescem e, inevitavelmente, morrem.
Nascem sem pedir licença nem explicar porquê.
Crescem independentes de nossa vontade. Não podemos atuar sobre o que é natural.
Todos, sem exceção, florescem, perfumam a vida, encantam os sentimentos, liberam belezas.
Porém e sempre há um porém um dia morrem. Uns mais tarde, outros muito cedo. Mas como isso é lamentável todos morrem.
Mas ao invés de me prender no que é triste, vale mais vivenciar o que há de belo neles os amores e as flores.
Se as flores nos dão gratuitamente seu perfume, os amores nos apontam com toda graça, a certeza de que estamos vivos e somos importantes dentro de nosso microcosmo.
Enquanto elas, as flores, pintam o cenário com a exuberância de suas cores,. eles, os amores, nos fartam os sentimentos com sua simples presença sentida.
Se as flores enfeitam a vida, os amores lhe dão um norte.
Se as flores são uma dádiva, os amores são nossa sorte.
Sem eles flores e amores a vida fica pela metade. Perde muito do seu sentido. Fica devendo prá nós.
Hoje me peguei poeta...
No primeiro jardim que vi, logo pela manhã, admirei as flores; senti seu perfume; valorizei suas cores...
Hoje me peguei poeta...
Enquanto as flores estão vivas, ao menos elas eu tenho.
Mas elas, por fim também morrerão.
Hoje me peguei triste e incompleto poeta.
Flores, lindas flores para você, minha linda !!!